Além da expectativa de vida diminuída,  a obesidade pode causar inúmeras doenças, como o DM2, DCV, alguns tipos de câncer, artrose, gota, doença do fígado e da vesícula biliar, depressão, demência, entre outras.

Dados publicados recentemente mostraram que o excesso de peso é agora responsável por mais mortes do que fumar.

Para muitas doenças relacionadas à obesidade, existe uma relação direta do risco de morte com o peso corporal.

O risco de morrer é proporcional ao índice de massa corporal, o IMC, que medido pela relação entre o peso em kilos e a altura em metros ao quadrado. O valor normal de IMC está entre 20 e 25, com sobrepeso até 30 e obesidade maior ou superior a 30 kg/m2.

Quem tem menor mortalidade é quem tem um índice de massa corporal entre 20 e 25 kg / m2.

Abaixo disso (IMC, 18,5 a 20,0 kg / m2), a mortalidade aumentou significativamente em 13%.

Nos indivíduos com IMC de 25,0 a 27,5 kg / m2, a mortalidade por todas as causas aumentou 7% e com IMC de 27,5 a 30,0 kg / m2, aumentou 20%.

Para obesidade de grau 1 (IMC 30,0 a <35,0 kg / m2), a mortalidade por todas as causas aumentou em 45%.

Para obesidade de grau 2 (IMC, 35,0 a <40,0 kg / m2), aumentou em 94%

Para aqueles com obesidade de grau 3 (IMC, 40,0 a <60,0 kg / m2), a mortalidade por todas as causas aumentou em 176%.

Para cada aumento de 5 unidades de IMC, a mortalidade total aumentou em 30% e a mortalidade por diabetes aumentou em 120%.

Esse aumento de risco já se manifesta nas fases mais precoces da vida, sendo que adolescentes obesos já têm risco aumentado de morte precoce na vida adulta.

Embora os estudos mostrem a utilidade do IMC (índice de massa corporal) na avaliação da mortalidade e morbidade relacionada ao excesso de peso, devemos lembrar que existem duas limitações principais no uso do IMC sozinho para diagnosticar a obesidade em um indivíduo. A primeira é a incapacidade do IMC para distinguir o peso associado ao músculo versus gordura. O IMC também não distingue a distribuição da gordura corporal, um conhecido determinante do risco metabólico.

A combinação da circunferência da cintura aumentada com o IMC elevado aumenta muito o risco para a sua saúde.

Estudos demonstraram uma forte ligação entre a circunferência da cintura e o IMC para doenças cardiovasculares, DM2 e câncer. Especialmente em idosos, o aumento da circunferência abdominal, independente do peso corporal, pode sinalizar risco maior de comorbidades da obesidade e de morte.

A trajetória de ganho de peso também deve ser um alerta, pois indivíduos magros que ganham peso na meia vida, também aumentam risco de doenças associadas à obesidade e aumentam de risco de morrer.

Como era de se esperar, a perda de peso reduz todas essas doenças de maneira dose-dependente, ou seja: quanto maior a perda de peso, maior a proteção. Mas pequenas perdas de peso já podem trazem grandes benefícios à sua saúde.

Assim como o ganho de peso pode aumentar o risco de mortalidade, a perda de peso pode reduzir o risco de doenças de mortalidade em indivíduos com obesidade.

Em tempos de pandemia, obesidade foi considerada um fator de risco independente para a gravidade da COVID-19. A obesidade está associada a outras comorbidades que também pioram o prognóstico da COVID-19, como hipertensão, doenças cardiovasculares e diabetes mellitus.

Hospitalização, internação em unidade de terapia intensiva, ventilação mecânica e até mortalidade em pacientes com obesidade foram maiores do que em pacientes com peso normal. O risco de morrer por COVID é 35% maior em quem tem obesidade.

A obesidade tende a tornar os sintomas mais graves de COVID-19 em indivíduos mais jovens.

A redução da atividade física, hábitos alimentares pouco saudáveis, mais estresse, depressão e medo experimentados durante a pandemia de COVID-19 resultaram em maior ganho de peso e obesidade.

É mandatório que você intensifique os cuidados com o excesso de peso para diminuir os riscos de doenças associadas à obesidade e o risco de morte.

Obesidade é uma doença e como tal deve ser tratada. Converse com seu médico sobre isso.

Sua saúde não se pesa e não tem preço. Cuide-se.